quinta-feira, 18 de janeiro de 2018




Incentivo à leitura

No país onde existem mais farmácias do que livrarias, qualquer iniciativa que estimule a leitura é bem vinda. Ás vezes deparamos com campanhas de incentivo à leitura, quase sempre pontuais e feitas por órgãos não governamentais ou em parcerias públicas ou privadas.

A iniciativa com mais destaque “hoje” é a da Fundação Itaú Social que faz campanha de incentivo à leitura para crianças, anualmente, com distribuição de livros. 

Gosto mais dos projetos de iniciativa popular, como por exemplo: “Esqueça um livro e espalhe conhecimento”, feita por voluntários de toda parte do Brasil que “esquecem” livros em lugares como: padarias, restaurantes, bancos dos parques e praças, pontos de ônibus, para-brisa dos carros, onde for melhor. Quem encontra, leva para casa e depois “esquece” também. E o conhecimento se espalha...

Bom! O que isso tem a ver com O Pequeno Príncipe?

Navegando pela internet, à procura de edições novas do O Pequeno Príncipe, encontrei um programa de incentivo à leitura interessante. 

Trata-se do “Pegaí – Leitura Grátis” uma iniciativa não governamental, criado em julho de 2013 na cidade de Ponta Grossa, Paraná, mantido por apaixonados por leitura e que acreditam que livros não podem ficar guardados nas estantes, privados de leitores.

Idealizado pelo professor universitário Idomar Augusto Cerutti, o objetivo da iniciativa é incentivar o hábito da leitura. Para isso, a proposta é receber doação de livros e colocá-los à disposição de novos leitores em locais públicos.

É só encontrar uma estante permanente, espalhadas pela cidade, pegar o título do seu gosto, levar para casa, ler e devolver nos pontos de coleta ao terminarem a leitura prazerosa. 

O que diferencia este projeto de outros que me encantou:

Eles editaram O Pequeno Príncipe por conta própria, uma edição extremamente cuidadosa, feita por pessoas capacitadas, de altíssimo nível cultural. A tradução magnífica feita pela professora Andréa Müller e sua aluna Janiffer Desselman, supera de longe as demais traduções que tenho lido.

E o trabalho não para por aí: os livros foram finalizados pelos restauradores do Hospital de Livros que funciona na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa. Eles receberam as capas e os miolos e finalizaram os livros.

A ação faz parte do projeto de extensão do Hospital de Livros do Instituto Pegaí da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). 

Pela participação no workshop, os apenados receberam certificação da UEPG, o que também possibilita a diminuição de suas penas. 

O Pequeno Príncipe, que amo, mais uma vez, ultrapassa o limite da literatura e faz gerar amor.

Observação: sobre a finalização dos livros do Pequeno Príncipe no hospital de livros, nem todos os livros foram finalizados.
A tiragem foi de 5000 exemplares, A gráfica finalizou 4900
e 100 foram finalizados no Hospital de Livros.
O objetivo dessa ação foi inserir os restauradores nos processo de publicação, numa pequena parcela.
Tem 100 livros aqui em Ponta Grossa rodando, que tem uma etiqueta interna escrito: livro finalizado e acabado no Hospital de livros e tem o nome do detento que fez o trabalho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada, José Marcos, pelos elogios e pela divulgação dos projetos! Sou pontagrossense, e me orgulho de iniciativas inspiradoras como esta de meus conterrâneos! Parabéns, mais uma vez, a toda essa equipe maravilhosa!